Sobre a Avaliação Longitudinal da Desistência Escolar (ALDE

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), por meio desta Nota para a Imprensa, leva ao conhecimento público dois relatórios sobre factores de absentismo, progressão, e desistência escolares no ensino primário.
Os relatórios são productos do projecto de pesquisa Avaliação Longitudinal da Desistência Escolar (ALDE), em colaboração com a Universidade Pedagógica (UP) e o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH), que é o primeiro inquérito longitudinal nacionalmente representativo sobre crianças do ensino primário em Moçambique. ALDE fornece perspectivas críticas sobre os padrões e os factores impulsionadores dos resultados escolares dos rapazes e das raparigas ao longo do tempo.
O primeiro relatório é baseado em pesquisa quantitativa realizada em 2018. Apresenta constatações centradas na assiduidade e desempenho escolar dos alunos (progressão de acordo com a idade) e na sua relação com as características da criança, família, escola e comunidade. As principais conclusões incluem:
Apenas 48% dos alunos do ensino primário estão no ano certo de acordo com a sua idade.
Em média, as crianças estão ausentes da escola 39% do tempo.
Menos de metade de todas as crianças das zonas rurais (46%) progride na escola de acordo com a sua idade, em comparação com a maioria das crianças das zonas urbanas (65%).
As crianças mais pobres têm três vezes mais probabilidades de ficarem muito para trás na escola (quatro ou mais anos) em comparação com os seus pares mais ricos (17% vs 5%).
O segundo relatório focaliza na aprendizagem dos alunos durante o encerramento das escolas devido a pandemia da COVID-19. A equipa da ALDE realizou um inquérito telefónico para reunir evidências empíricas sobre o efeito da pandemia na aprendizagem e no bem-estar das crianças. O inquérito avalia até que ponto as crianças tiveram acesso a algumas formas alternativas de aprendizagem, e identifica as estratégias dos agregados familiares para responder às perdas dos meios de subsistência e choques económicos causados pela pandemia, e destaca as seguintes principais constatações:
· A pandemia tem causado choques relacionados com perturbações no rendimento familiar e na segurança alimentar para a maioria dos agregados familiares.
· Quase duas em cada três crianças estiveram envolvidas em algum tipo de actividade de estudo durante o período em que as aulas foram interrompidas, contudo, o acesso e uso de materiais e recursos de aprendizagem foram muito limitados. Apenas 16% receberam fichas de exercícios do professor.
· 76% dos encarregados de educação expressaram preocupação em relação ao estudo dos seus filhos quando as escolas estavam fechadas.
Concebidos para informar o processo político, os dois relatórios da ALDE contribuem para reforçar a resposta política fornecendo dados sobre o percurso de uma criança na escola primária e identificando pontos críticos para intervenções, especialmente para as raparigas.
Os dois relatórios destacam recomendações que apelam à acção no sector da educação, particularmente nas áreas de (i) governação e gestão das escolas; (ii) o clima escolar e comunicação entre os pais, a comunidade e a escola, e (iii) o financiamento escolar.
As crianças mais pobres têm três vezes mais probabilidades de ficarem muito para trás na escola (quatro ou mais anos) em comparação com os seus pares mais ricos (17% vs 5%).
O segundo relatório focaliza na aprendizagem dos alunos durante o encerramento das escolas devido a pandemia da COVID-19.A equipa da ALDE realizou um inquérito telefónico para reunir evidências empíricas sobre o efeito da pandemia na aprendizagem e no bem-estar das crianças. O inquérito avalia até que ponto as crianças tiveram acesso a algumas formas alternativas de aprendizagem, e identifica as estratégias dos agregados familiares para responder às perdas dos meios de subsistência e choques. (Moz24h)