Mais uma vez, a nova era da AR

Por Germano de Sousa
Hoje a jovem democracia multipartidária de Moçambique volta a conhecer , de novo, uma nova era. A da maioria qualificada da Frelimo. Os deputados da IX legislatura tomam posse.
Pela segunda vez desde as eleições de 1994 o parlamento vai contar com uma oposição "muda" que estará apenas como figurante num cenário em que o Partido FRELIMO encontra espaço para fazer tudo o que pretender mercê da sua maioria qualificada.
Com mais de dois terços dos 250 assentos da Assembléia da República (2/3=166 deputados e a FRELIMO já tem mais de 170) a FRELIMO está na condição de mexer com tudo inclusive a Constituição da República. O partido dos " camaradas" tem teoricamente pela frente um mandato sem obstáculos.
A RENAMO e o MDM vão ao parlamento praticamente só para constar, para fazer as suas declarações de voto, para falarem antes da ordem do dia mas no final terão que se sujeitar a vontade do voto esmagador da FRELIMO. São as regras da democracia.
Quase que temos de volta um cenário de partido único, porque na verdade só a vontade da FRELIMO vai vingar.
Os Planos Econômico e Social (PES) do quinquénio 2020/25 e os respectivos orçamentos já têm a priori a aprovação com maioria qualificada. Aos críticos nada resta se não " ver a banda passar ".
É, mais uma vez, a nova era da nossa democracia.