As últimas medidas do "Xerife" da 25 de Setembro..

O banco central, decidiu manter a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, em 12,75 por cento.
Reunida em mais uma sessão do Comité de Política Monetária (CPMO), o Banco Central decidiu, igualmente, manter as taxas da Facilidade Permanente de Depósitos (FPD) e da Facilidade Permanente de Cedência (FPC), em 9,75 por cento e 15,75 por cento, respectivamente, bem assim os coeficientes de Reservas Obrigatórias (RO) para os pas-
sivos em moeda nacional e em moeda estrangeira em 13,0 por cento e 36,0 por cento, respectivamente.
A decisão de manter a taxa MIMO continua a ser sustentada pela prevalência de ele-
vados riscos e incertezas que, a se materializarem, poderão reverter o perfil actual de infla-
ção baixa.
A nível interno, destacam-se o agravamento da instabilidade militar nas zonas Nor-
te e Centro do país e a maior probabilidade de ocorrência de choques climatéricos.
A nível externo, persiste a tensão comercial e geopolítica com implicações negativas sobre o
volume do comércio global e dinâmica dos preços das mercadorias.
O Banco de Moçambique considera que as projecções para o médio prazo continuam
a indicar uma inflação baixa, não obstante o recente aumento de preços.
Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que, em Novembro, a
inflação anual de Moçambique foi de 2,58%, após 2,01% em Setembro. Para o médio prazo,
perspectiva-se a continuidade de uma inflação baixa.
Quanto à actividade económica, mantêm-se as previsões de recuperação em 2020,
ainda assim, abaixo do seu potencial.
Recorrendo aos dados do INE, o banco considera que o Produto Interno Bruto continuou a abrandar, fixando-se em 2 por cento, no terceiro trimestre de 2019. Entretanto perspectiva-se que melhore a partir de 2020, suportado pela reconstrução pós-ciclones, liquidação por parte do Estado, das dívidas com os fornecedores de bens e serviços e implementação dos projectos relacionados com a exploração de gás.
As reservas internacionais do país continuam em níveis confortáveis. Com efeito, na
primeira semana de Dezembro, as reservas internacionais brutas situaram-se em 3.661
milhões de dólares, suficientes para cobrir mais de 6 meses de importações, excluindo os grandes projectos.
A dívida pública interna diminuiu ligeiramente, ou seja, desde o último CPMO, este valor contraído com recurso a Bilhetes do Tesouro, Obrigações do Tesouro e adiantamentos
do Banco de Moçambique, reduziu de 140.610 para 140.073 milhões de meticais, reflectindo a amortização de Obrigações de Tesouro em cerca de 567 milhões de meticais.
Segundo o Banco Central, os montantes acima não tomam em consideração outros
valores da dívida pública interna, tais como contratos de mútuo e de locação financeira,
assim como responsabilidades em mora.
“Em face da sua avaliação sobre o futuro, mantém-se a preocupação do CPMO quanto
à evolução dos riscos e incertezas subjacentes às projecções de inflação. Deste modo, o
CPMO continuará a monitorar os indicadores económico-financeiros e os factores de risco,
e não hesitará em tomar as medidas correctivas necessárias antes da sua próxima reunião
ordinária, agendada para o dia 27 de Fevereiro de 2020”, (In Noticias)